Blog do Ramão Aguilar
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
De Flores e Amigos
Para o Escritor Antonio Jesus de Andrade
Das flores o perfume exala,
Dos amigos se iguala,
Das Flores o aroma colho,
O seu néctar natural,
É bálsamo que acolho,
Em frasco celestial.
Amigos são iguais as flores,
Encantam com suas fragrâncias,
Amizades e amores.
São eles mais que importante,
Na nossa vida fazem a diferença...
Nesse “eu” melhor que me tornei,
Devo aos amigos minha benquerença.
Sendo humanos também são anjos,
Gabriel, Ariel e Arcanjo...
Com suas asas de candura,
A embalar meus sonhos com ternura.
NOTA BIOGRÁFICA DO ACORDEONISTA DEDÉ CUNHA
NOTA BIOGRÁFICA DO ACORDEONISTA DEDÉ CUNHA
(produzida a partir de uma entrevista)
Por Ramão Aguilar (*)
Antonio Dedé Cunha (nome artístico Dedé Cunha), nascido no, então, 5º Distrito de São Borja, atual município de Garruchos, em 25 de janeiro de 1930, Policial Reformado no posto de 2º Sargento da Brigada Militar, reside em São Borja na Rua Serafim Dornelles Vargas com sua família.
Aos cinco anos, seu pai lhe deu uma gaita de boca e logo em seguida arrumou uma gaita de oito baixos com uma vizinha e comadre, senhora Darci Cabeleira, que também tocava gaita, (me disse: Ela tocava gaita muito bem), da qual Dedé Cunha tem muito orgulho de lembrar, como se fosse uma madrinha de sua arte, pois com ela aprendeu a executar a primeira música de seu repertório, uma rancheira, que nunca deixou de tocar, embora por muitos anos nem o nome soubesse e, quando era perguntado, dizia que era uma Rancheira Sem Nome.
Bem mais tarde ficou sabendo que a música era de autoria de uma senhora residente em São Luiz Gonzaga. Descobriu o nome da Rancheira e o ano em que ela foi criada, 1920, dez anos antes de seu nascimento, quando ouviu, por acaso, o filho de essa senhora tocar a rancheira, ele ficou sabendo que o nome da música era: “Por Aqui, Por ali”, com autorização da família gravou-a em seu CD “Abraço Missioneiro”.
Mais tarde, seu pai lhe comprou uma gaita piano. Nesta época, não existia rádio na campanha, então, se juntavam os gaiteiros para tocar e criar música, ou seja, aumentar o repertório. No entendimento de Dedé Cunha, o fato de não ter como escutar músicas tanto pelo rádio como em toca-discos, essa necessidade proporcionou uma facilidade na arte de criar música.
Dos gaiteiros, que na época reuniam-se para tocar gaita, ele cita com muito orgulho o senhor Francelino Ávila e diz que o mesmo foi sua escola fundamental de sua carreira artística, mas foi no saudoso Reduzino Malaquias, que encontrou seu paradigma. Disse-me com entusiasmo: “igual ao Reduzino, pode vir quem vir que não tem”. Foi meu professor. Um dia, ele esteve em minha casa, almoçou, sesteou e fiquei esperando ele levantar para pedir que ele tocasse pra mim. Aflito, logo que ele levantou, “fui correndo preparar um mate, mateando, ele tocou o resto da tarde, ele gostava de tocar gaita”.
Com o cantor alegre do Rádio, Pedro Raymundo, quando vinha a São Borja, ia aos programas de Rádio e tocaram junto um baile no Clube União no Passo e o Pedro com sua gaita cromática.
Cantou as músicas de Pedro Raymundo quando tinha a gaita piano, depois voltou pra gaita de botão a pedido do saudoso Oneide Bertussi, que na época, teria conseguido um contrato com a gravadora Copacabana para ele e o Tio Bilia, o qual acabou desistindo do mesmo. Mais tarde, foi pelas mãos do cantor missioneiro Pedro Ortaça, com quem manteve uma parceria por dezesseis anos, a assinatura do contrato com a Gravadora Copacabana do seu primeiro LP “Cordeona de Três Ileras”.
Seus parceiros tanto de tocatas como de gravação foram os seguintes: Francelino Ávila, Getúlio Luiz da Silva, (parceiros amadores); Pedro Ortaça acompanhou em gravações de cinco Cds e apresentações por dezesseis anos; Noel Guarani ( nas folgas), Mano Lima, em gravações e apresentações, Amigo Souza, João Paulo Molina, em gravações.
Resumidamente, a sua obra consta de dois LPs gravados pela Copacabana, um gravado pela CITE, dois CDs gravados pela Usa Discos, um trabalho de resgate para CD, pela Gravadora EMI, dos dois primeiros LPs. E Várias participações especiais em gravações de discos de colegas de arte, inclusive, com Pedro Ortaça em cinco CDs.
Disse: que em suas andanças sempre levou o nome de São Borja, tanto no Brasil como no exterior.
Dedé Cunha teve reconhecido seus valores pelo Centro Cultural de São Borja, quando recebeu o troféu “Roquito”, confeccionado pelo artista plástico Rosssini, das mãos do Presidente do Centro Cultura colega Augusto Weber, em programação comemorativa ao aniversário da entidade.
(*) Pesquisador Cultural – (21/10/2007).
CRONOLOGIA DO FESTIVAL RONDA DE SÃO PEDRO
CRONOLOGIA DO FESTIVAL RONDA DE SÃO PEDRO
(*) Ramão Aguilar
VINTE SEIS EDIÇÕES PRODUZINDO A MÚSICA NATIVISTA EM SÃO BORJA
1982/Junho - A patronagem do Centro Nativista “Boitatá”, preocupada em intensificar as atividades promocionais, a fim de reforçar o clima festivo vivenciado pela comunidade, em função das comemorações dos 300 anos de “Fundação Histórica de São Borja” /1982. Incluiu na programação da 2ª Ronda de São Pedro o 1º CONCURSO DE MÚSICAS JUNINAS, oportunizando, deste modo, a participação dos valores artísticos musicais da terra, porquanto a valorização do compositor letrista, musicista e interprete vocal, tendo sido levado a efeito na Sede Campeira “Geraldo Rodrigues", da Entidade. O nome do concurso determinava a temática única e os ritmos lembravam nossa música de extração sul-rio-grandense.
Nos anos subseqüentes a “Ronda” permaneceu na Sede Campeira, porém o festival de música passou a realizar-se na sede social da entidade sita na Avenida Francisco Miranda, 225, bairro do Passo.
O motivo da mudança de local da realização do concurso, que mais tarde também mudou de nome, passando a chamar-se FESTIVAL RONDA DE SÃO PEDRO, foi à falta de infra-estrutura para este tipo de atividade na Sede campeira, o que sobejamente existia na sede social: palco moderno com mais de 200 metros de área construída em salão com mais de 1600 metros. Uma vez que as apresentações musicais sempre foram realizadas à noite e se estendiam até a madrugada, havia a necessidade de melhor acesso e de condições de transporte para as pessoas que vinham e iam do centro utilizando ônibus, sendo este problema resolvido a partir de então.
Assim nasceu num momento histórico para o movimento Nativista do Rio Grande do Sul, pois nesta época que os jovens voltavam-se cada vez mais para os valores artístico-culturais de raízes, optando desta maneira pelo Movimento Nativista e, mesmo que os organizadores do festival pretendessem uma abrangência apenas local, desde 1º Festival houve uma característica regional, pois teve a participação daquele que nunca deixara de participar de todas as demais edições: "Grupo Parceria", da cidade de Uruguaiana, dirigidos pelos irmãos João e Adão Quintana Vieira.
A partir do 1º Festival, foi instituído o Troféu São Pedro, para premiar o 1º lugar, ou seja, a música campeã, confeccionado pelo artesão Ismar Dorneles da Rosa que mostrava em sua criação, numa única tora de madeira, o Santo dentro de uma capelinha, devidamente pilchado e com a estola (paramento religioso). As demais canções não recebiam premiação alguma.
Sua arte premiou os vencedores em diversas edições. Com o aumento no número de premiações, os troféus passaram a serem confeccionados pelo artista plástico Thadeu Martins (poeta, escritor, compositor e artista plástico).
1983, 1984, 1985 e 1986 – Junho - realizaram-se o Festival em sua 2ª, 3ª, 4ª e 5ª edições, já na sede social do Centro Nativista Boitatá. O precursor do Festival Ronda de São Pedro vai ocupando espaço na área da cultura musical sul-rio-grandense. Pequenino e despretensioso ia crescendo a cada edição, contrapondo-se a premiação modesta (quase inexistente), mas que aumentava um pouquinho a cada realização.
1987, 1988, 1989, 1990, 1991 – Junho - a partir da 6ª Edição em 1987 o Concurso de Músicas Juninas recebeu a denominação de “Festival Ronda de São Pedro” e, também, altera suas finalidades e objetivos sem, contundo perder sua identidade, pois, continua até os dias atuais premiando o "O Melhor Tema Junino". Porém, agora abrindo o festival, fugindo das polêmicas e linhas que, de certo modo, amordaçavam a criação poética e musical dos participantes.
1992 – Junho, em sua 11ª Edição o Festival passou a ter as doze composições finalíssimas gravadas em LPs, pelo Stúdio Máster Gravações Produções Ltda. A sonorização coube a PROVOX .
As músicas vencedoras formam as seguintes: 1º lugar, Sonhado Caminho de Miguel Bicca, Rodrigo Bauer, Juliano Bicca e interpretação de Cezar Lindemayer; 2º lugar: Cavalos do Tempo, de Thadeu Martins, Elton Saldanha e Juarez Chagas, na interpretação de Elton Saldanha; 3º Sol, Água e Pedras, de Miguel Bicca, Luiz Carlos Miranda Batista e Odemar Gerhardt e na interpretação de Cezar Lindemeyer; Melhor Tema Junino, Procissão João de Apparício Silva Rillo e Elton Saldanha, na interpretação de Elton Saldanha; Música Mais Popular, Cria do Pago, de João Pantalião Leite e Luiz Carlos Alves; Melhor Indumentária, Grupo Flor e Truco; Melhor intérprete Cezar Lindemeyer e por fim o Melhor Instrumentista foi o Ricardo Freire.
1993 – Junho - em sua 12ª Edição com ao lançamento do disco da 11ª houve um incremento na participação para o Festival que contou com a gravação de Bobby Studio com produção e direção geral do São-borjense Ricardo Freire e sonorização da Provóx Sonorização, fotro de Bira Azevedo e Capa de Pedro Conceição da Silva.
1994 – Junho – em sua 13ª Edição com gravação do Bobby Studio e sonorização de PROVÓX Sonorizações. A música campeã do Festival foi escolhida pelo público presente como a Mais Popular, Na Rodilha do Laço, uma composição de Kuka Pereira, Mário Bárbara e interpretação do saudoso César Passarinho; 2º lugar, Quando me Chamam de Índio, Letra de Rodrigo Bauer, música de Odemar Gerhardt, na interpretação de Cezar Lindemayer; 3º lugar Outras Rondas, composição de Darci Zuirtes, Jorge Prado, Jorge Freitas; Melhor tema Junino, Noites de Ronda.
1995 – Junho – 14ª Edição LP gravado pela Bobby Studio e sonorização da PROVÓX Sonorização. Foi a partir deste festival a instituição do troféu Apparcio Silva Rillo, a fim de premiar a Melhor Letra entre as doze composições finalíssimas, recebeu a referida distinção a Letra da composição Lições de Vida e Rio de Roberto Paines e Niriom Bernardes Machado. A grande vendedora trás por título A Milonga e o Milongueiro, composição de Paulo Flech, Mano Oliveira, na interpretação de Flávio Hassen; 2º lugar, Intrevero de Trova de Robson Barenho e Chico Sarat; 3º lugar Lições de Vida e Rio; Música Mais Popular, No Tom Maior do Uruguai; Melhor interprete, Ângela Gomes, Melhor Instrumentista, Sergio Wagner de Souza.
1996 – Junho – Em sua 15ª Edição a partir deste Festival que se passou a gravar a Ronda em CD com advento da nova tecnologia, isso serviu para marcar o avanço dos quinze anos de Ronda, embora o Compacto Disco ainda não estivesse polarizado. O disco foi gravado pela unidade móvel do Studio Máster de Santa Maria-RS. Neste ano foram premiadas as seguintes composições: 1º lugar, o Mate de Quem se Vai, letra de Rodrigo Bauer e música de José Lewis Bicca e interpretação de Pedro Julião e Os Angüeras, numa justa homenagem ao saudoso Apparício Silva Rillo; 2º lugar, Meus Caminhos, Letra de Luiz Carlos Miranda Batista, música e Odemar Gerhardt e interpretação de Cezar Lindemeyer; 3º lugar, De tua Janela, letra e música de Otorino Covolo e interpretação de João Quintana Vieira e o Grupo Parceria, música mais popular, Campeando Ilusão, letra de Dileta Dorneles, música de Jorge Dornelles e Interpretação de Ângelo Franco. Melhor Tema Junino, Ronda da Paz, Melhor intérprete, Cezar Lindemeyer e melhor instrumentista, Márcio Rosado.
1997 – Junho – 16ª Edição a grande campeã foi de Antigamente, letra, música e interpretação de Juliano Jawosky, sendo também premiada como a melhor letra, 2º lugar, Desassossegos, letra de Vainer Darde e música e interpretação de João Chagas Leite; 3º Lugar, São Borja Ainda Sou Tua”, letra, música e interpretação de Chico Sarat; música mais popular E Dia de São Pedro de Lira Covolo e Luiz Bastos, destacando-se como melhor tema junino; melhor instrumentista, Marcelo Caminha, melhor intérprete, Cezar Lindemeyer, que foi o primeiro a receber o Troféu Pimpim em homenagem ao cantor Carlos Moreno (Pimpim). Gravação do CD por Ricardo Freire numa gravação de Bobyy Studio.
1998 – junho – 17ª Edição a grande campeã foi Canto Negro, letra de José Antonio Pereira, música de Luiz Edgar Pereira e interpretação de João Quintana Vieira e os Tapejaras; 2º lugar, o Cantor e o Violão, letra e música de Raul Bósio,e interpretação de Analese Severo; 3º lugar, Golpes, letra de Carlos Omar Vilela Gomes e música de Evandro Zamberlam e interpretação de César Oliveira; melhor letra, No Entardecer de Minhas Esperanças, letra de Rodrigo Bauer; melhor interprete Anelise Severo, melhor instrumentista Marcelo Caminha e o premio de música mais popular coube a composição Solo Missioneiro, letra de Otorino Covolo, música de João Barbosa e Ventuir Cáceres, na interpretação de João Barbosa. O Selo é da Bobyy Studio.
1999 – Junho – 18ª Edição a música vencedora Herança, letra de Jorge Nicola Prado, música de Leandro Charrua e Jorge Nicola Prado na interpretação de Jorge Freitas, também premiada como a melhor letra; 2º lugar, Águas do Piquiri, letra de Miguel Bicca, música de Sabani de Souza e interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar, Canto e Prece a São Miguel, letra de Sadi Ribeiro, música de Odemar Gerharddt e interpretação de Cezar Lindemeyer; música mais popular, Cortando o Brasil no Meu, letra de João Sampaio e Quinde Grande,música e interpretação de Marinez Siquiera; melhor interprete, Jorge Freitas;melhor instrumentista, Marcio Rosado; melhor idumentária, Jerri Terres.Gravação de Bobby Studio e sonorização da Pro - Vox.
2000 – junho – 19ª Edição teve como grande vencedora que também recebeu o troféu Apparicio Silva Rillo e melhor poesia, A Sombra da Cruz de Gujo Teixeira e Erlon Péricles, com interpretação de Vinícios Brum; 2º Lugar, Rumo do Tempo, letra de Rodrigo Bauer, música de Mário Bárbara, defendida por João de Almeida Netto; 3º lugar Quando o Amor Chega Pedindo um Mate, letra de Vaine Darde, música de Sabani de Souza e interpretação de Juliana Spanivello, também apontada como a melhor intérprete do festival; música mais popular, Varando o Uruguai a Remo, melhor instrumentista, Arthur Bonilla, melhor indumentária Valdomiro Maicá; melhor tema junino, Junina Tradição.
2001 – Junho – 20ª Edição, a vencedora Nos Bailes da Vila Branca, letra de Aldemir Disconzi e Valter Fiorensa e interpretação de Nenito Sarturi; 2º lugar, Pedido a São Pedro de Venícius Brum; 3º lugar, Pra Sonhar, de Erom Carvalho, Luiz Carlos Ranoff e interpretação de Miguel Marques; música mais popular Ta Feio Mas Ta Pareio, melhor tema junino, Oração a São Pedro; melhor interprete Nenito Sarturi, melhor instrumentista, Arthur Bonilla; melhor indumentária,Grupo Parceria.
2002 – Junho – 21ª Edição, música campeã, Aguaceiro, de Paulo Ricardo Costa e Nilton Ferreira e interpretação de Nilton Ferreira; 2º lugar,A Final Por que Será, Miguel Bica e Cezar Lindemeyer e interpretação de Cezar Lindemeyer; 3º lugar, São João Gaúcho de Erlon Péricles e interpretação de Perisca Greco; melhor letra, Aguaceiro; melhor interprete, Miguel Marques; melhor tema junino, São João Gaúcho.
2004 – Junho – 22ª Edição, realizada com a aprovação da LIC(Lei de Incentivo a Cultura). Primeiro Lugar, Recomeço de Rodrigo Bauer e Mário Bárbara, interpretação de Chico Sarat; 2º lugar, Companheira, de Jorge Nicola Prado, Chico Ribeiro e Ângelo Franco e interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar, O Passado Não Calou, de Carlos Omar Vilela Gomes e Toni Brum, interpretação Ângela Gomes; melhor tema junino, Magia do Brasileiro, música mais popular Mal Agradecida, melhor letra Recomeço de Rodrigo Bauer.
2005 - Agosto – 23ª Edição foi introduzido a Fase Local para participantes residentes ou domiciliado em São Borja. Classificação da música: 1º lugar, Das Brancas Almas da Estância de Chiru Antunes e Marcelo Oliveira, interpretação de Marcelo Oliveira; 2º lugar, O Tempo e o Vento de Rodrigo Bauer e Jorge Freitas, interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar,Bem Vinda de Miguel Bicca, Caeco Batista, Sabani Felipe de Souza e Erlon Péricles e interpretação de Miguel Bicca e Leôncio Severo; melhor tema junino, No Costado da Fogueira, música mais popular, Pacholeadas;música mais popular da fase local, Patacoeira, melhor letra, Das Brancas Almas da Estância.
2006 – Agosto – 24ª Edição, foi inaugurado o momento infanto-juvenil na fase local. O evento foi realizado com recursos aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura, através da Lei de Incentivo a Cultura-LIC. Classificação: lº lugar, de Pampa e Lonjura, Rodrigo Bauer e Erlon Péricles, interpretação de Perisca Greco e Cristiano Quevedo; 2º lugar, Comparsão de Janeiro, de Evair e Juliano Gomes, interpretação de Marcelo Oliveira; 3º lugar, Pelos Caminhos de Deus, de Adriano Silva e Cristiam Camarco e interpretação de Luiz Marenco; melhor tema junino, De Fogueiras e Balões; música mais popular, Na Crina, música mais popular da fase local, Alho Macho; melhor música infanto-juvenil, sementes de Gratidão, melhor letra, O Sangue, de Rodrigo Bauer.
2007 – 25ª Edição, tendo sido julgado não prioritário pelo Conselho Estadual de Cultura, os promotores tiveram que buscar recurso nos poderes públicos Municipais e empresas locais. Classificação: lº lugar, Reparando a Vida, letra de Flávio Saldanha, música e interpretação de Tuni Brum; 2º Lugar, Uma Arte de Campo, letra, música e interpretação de Julio Azambuja; 3º lugar, O Erro, letra de Carlos Omar Vilela Gomes, música de Anderson Mireski, interpretação de Juliana Spanivello; Melhor música infanto-juvenil, Porto dos Sonhos, melhor tema junino, Fogueira dos Sonhos; melhor letra, Reparando a Vida; música mais popular, Como Diz o “Outro”, Como diz o “Cosa”; melhor intérprete, Marcio Trindade, melhor instrumentista, Marcelo Freiras.
2008 – 26ª Edição, esta com recursos aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura, através da Lei de Incentivo a Cultura, cujo projeto foi elaborado e executado pela Produtora Cultural Aline Ferrão- Produções Culturais.
(*) Pesquisador
sábado, 19 de junho de 2010
A Alma Não Paga Passagem
Por Ramão Rodrigues Aguilar
O Caçador de Moedas, homem de vigor físico e de largas andanças, no território missioneiro, mais precisamente entre São Borja e Santo Antonio das Missões, em busca de “enterros” (tesouros enterrados), fascinado por metais de valor, principalmente o ouro e a prata, andava com os dedos da mão tapados de anéis. Conta que em suas buscas persistente teria tirado dois tesouros, um deles no município de Santo Antonio das Missões e outro no interior de São Borja. Filho desse Pago Santo de São Borja cria lá das bandas de São Miguel. Vindo para cidade foi vizinhar com as almas do outro mundo, ou seja, ao lado do Cemitério do Passo.
Quando o conheci já era homem feito e com família. Era guri, morava na antiga Granja São Vicente, do finado meu avô Geraldo Rodrigues, com o inventário pela morte da minha avó Madalena Fernandes Rodrigues, meus pais receberam um corte de chácara, que ia desde a Rua Patrício Petit-Jean até o Rio Uruguai, daí vimos morar frente para a referida Rua, mudamos do fundo de campo para frente, nas proximidades da Fábrica de Linhaça Saragossa, cruzada obrigatório do O Caçador de Moedas, com seu passo curto e rápido, rasgava as distâncias da sua casa até a faixa, donde podia pegar o ônibus Passo-Centro.
O Caçador de Moedas, sempre tinha uma moeda antiga para negociar e uma reserva de ouro para ser transformado em jóia (alianças, anéis, fivelas de cintos...), pois além dos “enterros” ele garimpava no lixo do cemitério novas moedas e coroas de dentes para a “ourivesaria”. Certa feita estacionou em frente de casa um baita carrão e na direção um comprador de moedas para colecionar pedindo informação a respeito de um vendedor de moeda antiga. Depois fiquei sabendo, que este comprador, tratava-se de um advogado e pecuarista, de família tradicional de São Borja. Eu me ofereci para levá-lo até O Caçador de Moedas, nem esperei a resposta e saltei pra dentro daquela Esplanada vermelho e branco, que não sei a marca, e lá fomos nós. Apesar de fazer bastante tempo ainda não esqueci daquele final de tarde, já estava escuro. O homem trouxe suas moedas num saquinho de tecido de algodão e com o auxilia de uma lanterna o colecionador escolheu algumas... Comprou e retornamos. Ele me deixou em casa e seguiu adiante. Seu retorno se repetira poucas vezes, mas nunca deixou de me levar.
Nos cemitérios são comuns, depois de um determinado tempo e a necessidade do sepultamento de um novo defunto, os funcionários retirarem os restos mortais do túmulo e colocarem num saco, que fica guardado no mesmo local donde saiu, o caixão velho é retirado e vai para o lixo nos fundos do cemitério e de tempo em tempo era queimado. Meus pais contavam que as pessoas antigas colocavam moeda junto ao defunto no caixão, era para o finado pagar a passagem para o céu. Creio eu, que com o tempo viram que se tratava de um gasto desnecessário, pois ficando, na sepultura, os restos mortais e as moedas, certamente a alma não paga passagem para o céu ou para o inferno. E, com isso O Caçador de Moedas ia se defendendo, até que ela a implacável e temida morte, também, o levou para a sepultura com seus sonhos imagináveis de tesouros a reluzir numa talha de barro quebrada, com seus metais: dobrões, patacões, libras esterlinas e Bolivianas, tudo ali ao alcance dos olhos, das mãos e da morte.
O Caçador de Moedas, homem de vigor físico e de largas andanças, no território missioneiro, mais precisamente entre São Borja e Santo Antonio das Missões, em busca de “enterros” (tesouros enterrados), fascinado por metais de valor, principalmente o ouro e a prata, andava com os dedos da mão tapados de anéis. Conta que em suas buscas persistente teria tirado dois tesouros, um deles no município de Santo Antonio das Missões e outro no interior de São Borja. Filho desse Pago Santo de São Borja cria lá das bandas de São Miguel. Vindo para cidade foi vizinhar com as almas do outro mundo, ou seja, ao lado do Cemitério do Passo.
Quando o conheci já era homem feito e com família. Era guri, morava na antiga Granja São Vicente, do finado meu avô Geraldo Rodrigues, com o inventário pela morte da minha avó Madalena Fernandes Rodrigues, meus pais receberam um corte de chácara, que ia desde a Rua Patrício Petit-Jean até o Rio Uruguai, daí vimos morar frente para a referida Rua, mudamos do fundo de campo para frente, nas proximidades da Fábrica de Linhaça Saragossa, cruzada obrigatório do O Caçador de Moedas, com seu passo curto e rápido, rasgava as distâncias da sua casa até a faixa, donde podia pegar o ônibus Passo-Centro.
O Caçador de Moedas, sempre tinha uma moeda antiga para negociar e uma reserva de ouro para ser transformado em jóia (alianças, anéis, fivelas de cintos...), pois além dos “enterros” ele garimpava no lixo do cemitério novas moedas e coroas de dentes para a “ourivesaria”. Certa feita estacionou em frente de casa um baita carrão e na direção um comprador de moedas para colecionar pedindo informação a respeito de um vendedor de moeda antiga. Depois fiquei sabendo, que este comprador, tratava-se de um advogado e pecuarista, de família tradicional de São Borja. Eu me ofereci para levá-lo até O Caçador de Moedas, nem esperei a resposta e saltei pra dentro daquela Esplanada vermelho e branco, que não sei a marca, e lá fomos nós. Apesar de fazer bastante tempo ainda não esqueci daquele final de tarde, já estava escuro. O homem trouxe suas moedas num saquinho de tecido de algodão e com o auxilia de uma lanterna o colecionador escolheu algumas... Comprou e retornamos. Ele me deixou em casa e seguiu adiante. Seu retorno se repetira poucas vezes, mas nunca deixou de me levar.
Nos cemitérios são comuns, depois de um determinado tempo e a necessidade do sepultamento de um novo defunto, os funcionários retirarem os restos mortais do túmulo e colocarem num saco, que fica guardado no mesmo local donde saiu, o caixão velho é retirado e vai para o lixo nos fundos do cemitério e de tempo em tempo era queimado. Meus pais contavam que as pessoas antigas colocavam moeda junto ao defunto no caixão, era para o finado pagar a passagem para o céu. Creio eu, que com o tempo viram que se tratava de um gasto desnecessário, pois ficando, na sepultura, os restos mortais e as moedas, certamente a alma não paga passagem para o céu ou para o inferno. E, com isso O Caçador de Moedas ia se defendendo, até que ela a implacável e temida morte, também, o levou para a sepultura com seus sonhos imagináveis de tesouros a reluzir numa talha de barro quebrada, com seus metais: dobrões, patacões, libras esterlinas e Bolivianas, tudo ali ao alcance dos olhos, das mãos e da morte.
Apenas Recordações
É o fio da navalha que corta meus olhos,
Fere meu coração torturado e louco,
Na mais bela anatomia de um corpo de mulher,
Onde naufraguei minhas anciãs de amor.
Quando entre na retina dos meus olhos,
Curvas acentuadas percorrem minha imaginação,
Na pele lisa que desliza a mão sedenta de paixão.
Por um momento tudo parece irreal, abstrato,
Um filme, um desfile ao vivo, um retrato,
Mas é ela imaginada e linda,
A desafiar as leis da física ainda.
Onde andará essa musa que ficou distante,
Que me causava tanto glamour brilhante,
Indescritível, a eternizar aqueles momentos,
Que nem o tempo consegue apagar.
-Ramão Aguilar-
Fere meu coração torturado e louco,
Na mais bela anatomia de um corpo de mulher,
Onde naufraguei minhas anciãs de amor.
Quando entre na retina dos meus olhos,
Curvas acentuadas percorrem minha imaginação,
Na pele lisa que desliza a mão sedenta de paixão.
Por um momento tudo parece irreal, abstrato,
Um filme, um desfile ao vivo, um retrato,
Mas é ela imaginada e linda,
A desafiar as leis da física ainda.
Onde andará essa musa que ficou distante,
Que me causava tanto glamour brilhante,
Indescritível, a eternizar aqueles momentos,
Que nem o tempo consegue apagar.
-Ramão Aguilar-
Poemas Perdidos
Poemas Perdidos
Aqueles poemas que deixei de escrever, omiti,
Por medo de escancarar minha realidade,
Medo de ser ridicularizado pelo meu pudor,
Medo de amar, de ser amado,
Medo de ser açoitado pelo meu lado egoísta,
Com trinta e três chibatadas.
Aqueles poemas que deixei de escrever
Mexiam com a minha intimidade,
Diziam de meus momentos felizes e infelizes.
Tanto pudor escondido pelas veredas da alma,
Junto com a vergonha trazia-me aprisionado em correntes de aço,
Eles faziam parte de um terço da minha idade,
Exatamente a parte que faltava para minha felicidade.
Pois nesse tempo, depois constatei, minha vida estava vazia,
Grande parte era coberta pelas trevas,
E as trevas foram decepadas pela luz.
Daí que me fez entender o passado,
Referente a dois terço da minha idade,
O futuro que não vivi, pois ele pertence ao Criador,
O presente que devo viver com toda a intensidade,
O ontem iniciou hoje, o hoje é eterno, não tem passado nem futuro.
-Ramão Aguilar-
Aqueles poemas que deixei de escrever, omiti,
Por medo de escancarar minha realidade,
Medo de ser ridicularizado pelo meu pudor,
Medo de amar, de ser amado,
Medo de ser açoitado pelo meu lado egoísta,
Com trinta e três chibatadas.
Aqueles poemas que deixei de escrever
Mexiam com a minha intimidade,
Diziam de meus momentos felizes e infelizes.
Tanto pudor escondido pelas veredas da alma,
Junto com a vergonha trazia-me aprisionado em correntes de aço,
Eles faziam parte de um terço da minha idade,
Exatamente a parte que faltava para minha felicidade.
Pois nesse tempo, depois constatei, minha vida estava vazia,
Grande parte era coberta pelas trevas,
E as trevas foram decepadas pela luz.
Daí que me fez entender o passado,
Referente a dois terço da minha idade,
O futuro que não vivi, pois ele pertence ao Criador,
O presente que devo viver com toda a intensidade,
O ontem iniciou hoje, o hoje é eterno, não tem passado nem futuro.
-Ramão Aguilar-
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